Estranhamente se forma uma classe no país alheia a TV. Alguns alegam não ter tempo, outros afirmam não gostar de ver TV e um sem número afirma não assistir a TV aberta.
Há os geeks que não assistem nada numa TV propriamente dita, muito embora vejam filmes e seriados diretamente no computador, além de um sem número de links do YouTube trocados via messenger, Orkut, listas de discussão, fóruns, e-mails e afins, grupo do qual faço parte, invariavelmente. Há aqueles que simplesmente não tem tempo para tanto, pessoas trabalhadoras por demais que passam longe da TV porque lhes rouba o tempo. E uns outros que preferem ler(livros).
Até aí, tudo bem. O questionamento que faço aqui é sobre considerar essa escolha um sinônimo de superioridade cultural, que dirá intelectual.
Comecemos abordando o que hoje alguns apontam como atividades altamente culturais, cult, intelectuais ou qualquer outro adjetivo superlativo do homem. Assistir a peças de teatro, grupos de dança, apresentações de música erudita ou mesmo da MPB são coisinhas de nada que a sociedade parece encarar como sinônimo de cultura. Interessante é observar que justamente estas atividades já foram das mais populares, especialmente o teatro.
Tomando das sociedade contemporânea, nos idos dos séculos XVIII e XIX, o teatro se mostrava elistista e a Ópera também. Mas apesar de haver hoje a lembrança nítida de que as grandes peças, as que permaneceram, eram feitas para as cortes e alto-clero, houve peças feitas para as classes menos favorecidas, em teatros populares, sobre assunto mais corriqueiros, usando de elementos cômicos. Da maneira semelhante, enquanto os nobres viam óperas em Italiano, outros movimentos ousaram fazê-lo na língua mãe de países por toda a Europa, o que finalmente acabava atraindo o público desfavorecido.
O advento do cinema, por sua vez, fez os intelectuais torcerem o nariz. Mas, como toda novidade, os Lumiére também eram caros e suas exibições não eram para todos. Contudo, foi uma arte que se popularizou também, como bem se sabe, e o fez com uma velocidade espantosa. Mais veloz ainda foi a televisão, muito embora ela tenha atendido uma imediata classe média mais prontamente que a alta.
Hoje, também a maioria dos que afirmam não ver TV, pertence a classe média. Essa afirmação pode ser tola, lembrando que hoje a classe média é a maior classe do país . Quero saber exatamente o que vai acontecer quando todos estiverem tragados pela internet. Aliás, isso já aconteceu com as salas de chat, completamente abandonadas pelos usuários que as freqüentavam lá na década de 90 que passaram a usar apenas de serviços de mensagens instantâneas, deixando-as para os “iniciantes” da internet e tecnologias de modo geral. Com os sites de relacionamento isso aconteceu de novo, afinal não é de hoje que miguxos, manos e minas, emos e outras minorias são escrachadas pelo jeito como se manifestam na rede, sendo deixados a parte.
Pode ser leviano esperar o surgimento da absurda nova mídia, que deixará a internet no chinelo, se é que viveremos para tanto, mas isto invariavelmente acontecerá, como pressupõe a repetitivas reviravoltas da história. E nesse momento, a internet será nada mais do que a TV é hoje para esta hipócrita classe de negadores da televisão, que se põe superiora aos reles mortais.
Salve a próxima maldita elite intelectual prepotente.
Há os geeks que não assistem nada numa TV propriamente dita, muito embora vejam filmes e seriados diretamente no computador, além de um sem número de links do YouTube trocados via messenger, Orkut, listas de discussão, fóruns, e-mails e afins, grupo do qual faço parte, invariavelmente. Há aqueles que simplesmente não tem tempo para tanto, pessoas trabalhadoras por demais que passam longe da TV porque lhes rouba o tempo. E uns outros que preferem ler(livros).
Até aí, tudo bem. O questionamento que faço aqui é sobre considerar essa escolha um sinônimo de superioridade cultural, que dirá intelectual.
Comecemos abordando o que hoje alguns apontam como atividades altamente culturais, cult, intelectuais ou qualquer outro adjetivo superlativo do homem. Assistir a peças de teatro, grupos de dança, apresentações de música erudita ou mesmo da MPB são coisinhas de nada que a sociedade parece encarar como sinônimo de cultura. Interessante é observar que justamente estas atividades já foram das mais populares, especialmente o teatro.
Tomando das sociedade contemporânea, nos idos dos séculos XVIII e XIX, o teatro se mostrava elistista e a Ópera também. Mas apesar de haver hoje a lembrança nítida de que as grandes peças, as que permaneceram, eram feitas para as cortes e alto-clero, houve peças feitas para as classes menos favorecidas, em teatros populares, sobre assunto mais corriqueiros, usando de elementos cômicos. Da maneira semelhante, enquanto os nobres viam óperas em Italiano, outros movimentos ousaram fazê-lo na língua mãe de países por toda a Europa, o que finalmente acabava atraindo o público desfavorecido.
O advento do cinema, por sua vez, fez os intelectuais torcerem o nariz. Mas, como toda novidade, os Lumiére também eram caros e suas exibições não eram para todos. Contudo, foi uma arte que se popularizou também, como bem se sabe, e o fez com uma velocidade espantosa. Mais veloz ainda foi a televisão, muito embora ela tenha atendido uma imediata classe média mais prontamente que a alta.
Hoje, também a maioria dos que afirmam não ver TV, pertence a classe média. Essa afirmação pode ser tola, lembrando que hoje a classe média é a maior classe do país . Quero saber exatamente o que vai acontecer quando todos estiverem tragados pela internet. Aliás, isso já aconteceu com as salas de chat, completamente abandonadas pelos usuários que as freqüentavam lá na década de 90 que passaram a usar apenas de serviços de mensagens instantâneas, deixando-as para os “iniciantes” da internet e tecnologias de modo geral. Com os sites de relacionamento isso aconteceu de novo, afinal não é de hoje que miguxos, manos e minas, emos e outras minorias são escrachadas pelo jeito como se manifestam na rede, sendo deixados a parte.
Pode ser leviano esperar o surgimento da absurda nova mídia, que deixará a internet no chinelo, se é que viveremos para tanto, mas isto invariavelmente acontecerá, como pressupõe a repetitivas reviravoltas da história. E nesse momento, a internet será nada mais do que a TV é hoje para esta hipócrita classe de negadores da televisão, que se põe superiora aos reles mortais.
Salve a próxima maldita elite intelectual prepotente.
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